Apresentação
O IAB/DF e o CAU/BR possuem autonomia plena, regimentos, estatutos e procedimentos próprios; lidam com questões similares, mas sob perspectivas e enquadramentos jurídicos diferentes.
Objetivando a otimização de seus recursos patrimoniais, deliberaram atuar em conjunto para a construção de suas sedes próprias e independentes, em edificação a ser erguida no lote pertencente ao IAB/DF com aporte de recursos financeiros previstos no planejamento orçamentário do CAU/BR.
No acordo firmado entre as duas instituições, ficou preliminarmente estabelecido que o investimento do IAB/DF será o lote de sua propriedade e que o investimento do CAU/BR será o valor necessário à edificação – considerados o equilíbrio e as devidas compensações correspondentes às inversões patrimoniais de cada uma das entidades, assim como os diferentes custos por metro quadrado de construção dos espaços a serem construídos para o CAU/BR e para o IAB/DF.
A edificação poderá ser construída em uma ou mais etapas, a depender do valor total orçado para o empreendimento, que contará com área total estimada em 7.500 m² assim distribuídos: 2.500m² em subsolo para garagem e locais técnicos [área optativa máxima], e mais 5.000m² em três pavimentos, com possibilidade de uso de até 40% da cobertura (3º pavimento), para área social útil.
É do interesse das duas instituições que as áreas construídas destinadas ao CAU/BR e ao IAB/DF sejam correspondentes a aproximadamente 50% do total, respectivamente – ou seja: ~1.250m² em subsolos e ~2.500m² nos pavimentos superiores, somando ~3.750m² de área construída para cada instituição (7.500m² no total). Para tanto, a soma dos custos para realização da obra deverá corresponder a aproximadamente o valor atribuído ao lote em laudo fornecido pela Caixa Econômica Federal: R$14.740.000,00 (quatorze milhões, setecentos e quarenta mil reais).
Pelo exposto, cada proposta arquitetônica apresentada deverá incluir sua estimativa de preço para construção do empreendimento, total e por partes, considerando o cronograma proposto para execução da obra.
Por fim, e especialmente importante, é determinante que o conjunto edificado reflita e preserve a independência e a identidade corporativa de cada instituição.
Considerações importantes
CAU e IAB têm trabalhado conjuntamente no Congresso Nacional, e junto aos Governos em geral, na defesa de uma política de Estado que favoreça a qualidade na construção das cidades e o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural em nossa área profissional.
Estão inseridas nessa causa a luta pelo Concurso como modalidade preferencial de licitação para contratação de projetos para obras públicas e a exigência do Projeto Executivo Completo como pressuposto para a licitação e realização de qualquer obra pública.
Por coerência, IAB/DF e CAU/BR seguirão a fórmula que defendem e, a título de exemplo, pretendem registrar todo o processo de planejamento e execução do conjunto arquitetônico que abrigará suas sedes – desde a assinatura do Memorando parcialmente reproduzido acima, até à entrega das chaves e ocupação do imóvel.
Queremos com isso demonstrar na prática que é possível realizar uma obra pública com qualidade, pelo preço combinado e no prazo pré-determinado. E, ainda, contribuir para a qualificação do espaço público e para o desenvolvimento da profissão.
Neste Concurso, chamamos os colegas arquitetos e urbanistas e respectivas equipes, para participar dessa demonstração. E para melhor entendimento quanto aos nossos objetivos, solicitamos ainda que considerem os seguintes aspectos em suas proposições:
- A edificação deve representar a nobreza da Profissão e a importância das instituições que abriga, mas com digna austeridade. Lembrando Lucio Costa no Memorial para o Plano Piloto de Brasília, ao se referir à concepção da Cidade que inventou: “Monumental, não no sentido de ostentação, mas no sentido da expressão palpável, por assim dizer, consciente, daquilo que vale e significa”;
- O custo pretendido para execução do edifício foi estabelecido em até R$14.000.000,00 (quatorze milhões de reais) – não incluídos neste orçamento os materiais de acabamento especificados para as áreas destinadas aos escritórios do IAB/DF e do CAU/BR, quais sejam: pisos elevados ou outras pavimentações; forros; aparelhos de iluminação, de eletricidade, de sonorização e do sistema de ar condicionado, sendo que nas áreas comuns da edificação deverão ser considerados no orçamento estimativo todos os acabamentos. Este limite de custo será corrigido pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil) a partir da data de lançamento do Concurso e deve ser respeitado;
- As soluções construtivas, os sistemas de instalações prediais e especiais, o sistema estrutural, os recursos ativos e passivos para climatização, os materiais especificados – enfim, todas as decisões de projeto –, devem considerar sua efetiva coerência e real necessidade, evitando arroubos estruturais que não se justifiquem ou soluções meramente cosméticas;
- O custo do edifício ao longo do tempo, sua manutenção, a facilidade para acesso e renovação das instalações, a facilidade para adequação do edifício para novas funções, a economia de água e energia, também são aspectos que não podem ser desconsiderados nas edificações públicas.
- Por fim, os concorrentes deverão planejar a execução da obra em prazo curto, de dez meses a um ano. O construtor iniciará sua tarefa munido do Projeto Executivo Completo de Arquitetura e Complementares, como deve ser e como defendemos: os projetistas projetam e o construtor constrói. E, como se diz popularmente, “obra barata é obra rápida” – sem desperdício de tempo, sem refazimentos de serviços, sem dúvidas sobre quando, como e o que comprar ou executar.
É este, colegas, o desafio para o qual os convidamos, contando com seus conhecimentos e criatividade. Que seja um bom debate de ideias e soluções!
http://www.iabdfconcursos.com.br/sedeiabdfcaubr
Matheus Conque Seco Ferreira Presidente do IAB/DF |
Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz Presidente do CAU/BR |
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