Durante todo o dia, foram debatidos subsídios ao incremento do setor náutico

Dezenas de interessados no setor náutico, representantes de órgãos governamentais, ONGs e agentes envolvidos com a formulação do Plano Diretor Participativo de Florianópolis e do Projeto Orla prestigiaram na terça-feira (27) a Oficina sobre Uso do Mar e Lazer Náutico, realizada durante todo o dia no Iate Clube Veleiros da Ilha. Promovido pela Prefeitura e IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), o evento contou com a presença do prefeito Cesar Souza Júnior, que reforçou a necessidade de “voltar a cidade para o mar”, além de anunciar estudos de alternativas de marinas nas Baías Sul e Norte e uma terceira no Norte da Ilha para 2014.

O evento debateu experiências e informações a partir do olhar de especialistas, velejadores e empresários com atuação internacional para subsidiar as diretrizes do Plano Diretor, que será encaminhado à Câmara de Vereadores até setembro deste ano, e o Projeto Orla, que está ouvindo todas as comunidades da Ilha para estabelecer as políticas de uso na região costeira.

Especialistas dão o tom

Em suas palestras, três especialistas das atividades náuticas mundo afora deram o tom das discussões. Amyr Klink, velejador com várias expedições internacionais, destacou a iniciativa como extremamente oportuna. “Esta demora em investir no setor já é folclórica em Florianópolis, mas de certa forma até benéfica, uma vez que hoje existem novos modais e novas tecnologias para o esporte, o turismo e  transporte marítimo”. Diante da poluição, dos elevados investimentos do transporte rodoviário, dos problemas de mobilidade urbana, o marítimo seria de longe mais agradável pela própria vocação náutica da Ilha, acredita Klink. 

Já o velejador Vilfredo Schürmann, conhecido pelas várias incursões a bordo de um veleiro com a família pelo mundo, falou da importância deste debate e da grande expectativa comunitária pela realização dos projetos náuticos em prol do desenvolvimento da cidade. Comentou ainda que é preciso pensar as marinas não somente como locais para atracação de barcos, e sim pela sua função social. Antecipou seu projeto de  implantar em Florianópolis um oceanário, local em que as crianças possam visitar, conhecer mais do mar e dos peixes da região.
Último a palestrar, o empresário francês Christophe Vieux, diretor do maior evento náutico da Europa, avaliou que o mercado no Brasil ainda é incipiente e quase tudo está para ser feito. Explicou que na cidade portuária de La Rochelle, na França, onde realiza o Salão Náutico, as marinas são locais para passeio, turismo, compras e movimentam boa parte dos investimentos da região.
Além de elogiar a iniciativa, trouxe boas notícias: a realização do Salão Náutico Internacional em Itajaí para fevereiro de 2014 e uma proposta, em negociação com a Prefeitura de Florianópolis, de um fórum profissional internacional para maio de 2014, aproveitando experiências de outros países. “Se a cidade começar a investir hoje, em 10 anos poderá colher os frutos e bem antes disso perceber melhorias na mobilidade e nas atividades náuticas esportivas e de lazer”, disse.

Os debates da tarde foram mediados pelo velejador e atleta Marcelo Gusmão, premiado internacionalmente. Ao final, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e superintendente do IPUF, Dalmo Vieira Filho, agradeceu a presença de todos e anunciou que outros eventos do gênero devem acontecer até setembro, abordando questões de mobilidade, habitação social, meio ambiente e projetos urbanos, de forma a alinhar as linhas do Plano Diretor e do Projeto Orla com as tendências e experiências mais bem sucedidas no planejamento das cidades. 
 
 
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